Obra da Arena Fonte Nova valoriza imóveis em 50%, diz Creci da Bahia

Bairros Nazaré, Brotas, e Jardim Baiano serão mais beneficiados em Salvador.
Apartamento que valia R$ 140 mil foi vendido por cerca de R$ 200 mil.

A obra da Arena Fonte Nova, em Salvador, está provocando uma valorização de até 50% dos imóveis de bairros vizinhos, segundo o Conselho Regional de Corretores Imobiliários (Creci-BA) . O estádio Octávio Mangabeira foi implodido, em agosto do ano passado, para dar espaço a uma construção multiuso. O projeto deve ficar pronto, até 2013, para sediar partidas da Copa das Confederações. No ano seguinte, serão os jogos da Copa do Mundo de 2014, disputada no Brasil. O novo estádio será construído em uma área de 12 mil m² e capacidade para mais de 50 mil pessoas. O ministro do Esporte, Orlando Silva, vai visitar o conteiro de obras da Fonte Nova na manhã desta sexta-feira (11). Na semana passada, Silva visitou a Arena Multiuso Cuiabá, conhecida como Verdão, em Mato Grosso.
Segundo Samuel Arthur Prado, presidente do Creci-BA, a nova arena está localizada ao lado de uma área de preservação ambiental, que é o Dique do Tororó. "Os bairros de Nazaré, Jardim Baiano e Engenho Velho de Brotas possuem construções com padrões diferentes. Em Brotas, são casas mais simples. Em Nazaré, um pouco melhores. O Jardim Baiano é mais residencial e tem construções de classe média A e B, de alto padrão. É um bairro antigo e tradicional."
Prado disse também que a valorização dos imóveis na região pode passar dos 50%, já registrados em janeiro e fevereiro deste ano. "Eu participei da venda de um apartamento, no Bairro de Nazaré, bem perto e com vista para o estádio, em julho do ano passado, por R$ 140 mil. Recentemente, o mesmo imóvel foi vendido por R$ 200 mil, depois da obra ter começado. Além da Arena Fonte Nova, a perspectiva de funcionar um Metrô na região ajuda nessa valorização."
Imagem panorâmica da obra da Arena Fonte Nova, em Salvador (Foto: Glauco Araújo/G1)
Imagem panorâmica da obra da Arena Fonte Nova, em Salvador
O engenheiro José Luiz Góes, da diretoria do consórcio, disse que também recebeu relatos de corretores de imóveis sobre a valorização de casas, apartamentos e prédios comerciais no entorno do estádio. "Hoje, esse valor por ficar entre 40% a 50%. Mas quando a Arena Fonte Nova ficar pronta, o crescimento da valorização imobiliária será maior ainda."
Show e funeral
Segundo o Consórcio, o projeto arquitetônico da Arena Fonte Nova vai preservar o formato de ferradura, com abertura para o Dique do Tororó. Com padrão internacional, além de jogos, a Nova Fonte Nova também vai poder receber shows, congressos, festivais, encontros de negócios e até funerais de personalidades. A estrutura verticalizada deverá aproximar mais o público do espetáculo. "Não haverá ponto cego como o que aconteceu com alguns estádios na Copa do Mundo da África do Sul", disse Góes.
A Fonte Nova Negócios e Participações S/A é a concessionária que vai administrar, operar e manter o estádio nos próximos 35 anos. Ela é formada pelas empresas Odebrecht e OAS, que também fazem parte do Consórcio Arena Salvador 2014.
Canteiro de obras
Góes disse que cerca de 250 homens estão trabalhando diariamente na construção da arena em Salvador. "Temos outras 120 pessoas no setor administrativo. Quando a obra atingir o pico de evolução, teremos cerca de dois mil homens na obra. Estamos adiantados com o cronograma, que prevê 34 meses para conclusão do estádio. Devemos entregá-lo pronto dois meses antes da Copa das Confederações, em 2013."
Ainda segundo o engenheiro, a implosão da antiga Fonte Nova gerou 48 mil toneladas de entulho, que foram recicladas. "Cerca de 60% desse material reciclado já foi usado na obra. Como não há certificação nacional para uso do produto na estrutura da construção, usamos no nivleamento de piso e na pavimentação da área do estacionamento", disse Góes.
Projeção mostra como será a Arena Fonte Nova quando ficar pronta em 2013 (Foto: Divulgação/Consórcio Arena Salvador 2014)
Projeção mostra como será a Arena Fonte Nova quando ficar pronta em 2013
Estádio foi palco de acidente
Em 25 de novembro de 2007, o piso do anel superior caiu após uma comemoração dos torcedores do time do Bahia e sete pessoas morreram. No momento do acidente, cerca de 60 mil torcedores assistiam a uma partida entre Bahia e Vila Nova, pela Série B do Campeonato Brasileiro.
Um relatório do Sindicato Nacional da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco) sobre a situação dos principais estádios brasileiros de 17 capitais e de Santos (SP), foi divulgado no dia 1º de novembro de 2007, mês do acidente, e havia classificado o Fonte Nova como o em pior estado, entre os 27 analisados.